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Empreendedorismo

Quero ser tradutor(a)… e agora?

Kleber Pedroso

Publicado em

Então… você decidiu ser tradutor(a)? Muito bem!!!

Seja  bem-vindo(a) a uma das mais antigas, promissoras e interessantes profissões do mundo. Mas, eu creio que você deva estar, neste momento, fazendo a seguinte  pergunta:

“Tá, mas, e agora?”

Vamos lá! Vou deixar neste post a minha visão da maneira mais correta e segura de como ingressar no mercado de tradução, com base em minha experiência ao longo de 15 anos (2001 – ) na área.

A primeira coisa a se pensar, é: em que momento da vida você está? Você é recém-formado(a)? Mora com os pais? Tem filhos? É um(a) profissional com experiência em outra área e quer mudar de ramo?

É fato que é sempre mais fácil e mais simples iniciar uma carreira quando se é jovem (e aqui eu me refiro à idade, mesmo, não ao fato de “sentir-se jovem”), cheio de vigor, de fibra, de planos. É um momento da vida em que é permitido arriscar e cometer erros. Bom, sempre cometeremos erros, mas essa é uma fase da vida em que a cobrança é bem menor, assim como os resultados que esses erros podem nos trazer.

Home-Office

Créditos da Imagem: Pixabay

 

Se você é um(a) jovem recém-formado(a), ou ainda não completou a faculdade, ainda mora com os pais e não precisa se sustentar, você tem a possibilidade de “sentir o mercado” e “testar a sua vocação”. Nesse caso, você tem, basicamente, duas opções:

1. Procurar um estágio ou emprego em uma agência de traduções. Eu comecei assim, um estágio (em uma agência) e um emprego (em outra agência) na sequência. No meu ponto de vista, é a forma mais correta de começar. O estágio é uma extensão da sala de aula, um momento em que você tem a possibilidade de aplicar na prática aquilo que você está aprendendo. Seus neurônios estão sendo estimulados diariamente por megabytes de informações que agora começarão a ser usadas de fato. MAS, muito cuidado: estágio não é emprego! Logo, não se pode exigir de um(a) estagiário o mesmo nível de conhecimento, rapidez e desenvoltura que o de um(a) profissional experiente. Estagiário também não pode fazer hora-extra ou levar trabalho para casa. Para informações sobre estágios, visite o site do CIEE – Centro de Integração Empresa Escola.

2. Outra forma de ingressar no mercado de tradução é como profissional freelancer, ou seja, prestador de serviços sem vínculo empregatício, a forma mais comum de prestação de serviços pelos profissionais da área de tradução. A dificuldade que muitos(as) enfrentam, nesse caso, é que a maioria das agências de tradução busca profissionais experientes. E você pergunta:

“Mas, como adquirir experiência se ninguém me dá oportunidade de obter experiência?”

Bom, esse é um grande paradoxo do mercado, mas, infelizmente, é exatamente assim que funciona. A grande questão é que nem toda empresa busca profissionais exatamente com “experiência profissional”. O estágio, conforme o item anterior, ainda é uma das melhores saídas para isso. Mas há uma série de coisas que um(a) jovem pode fazer para obter experiência no ramo que pretende seguir sem, necessariamente, ter atuado profissionalmente na área. O voluntariado é uma porta à disposição, interessante não apenas para obter experiência, mas, também, para aprender sobre cidadania e para conhecer (e fazer algo a respeito) as dificuldades dos outros. A OnG internacional Translator Without Borders, por exemplo, é uma entidade sem fins lucrativos que presta serviço de tradução a uma série de outras entidades no mundo todo.

Coffee and Clock

Café, um grande aliado dos(as) tradutores(as). Tempo: nosso pior inimigo!
Créditos da Imagem: Pixabay

Agora, digamos que você já possui experiência no mercado de trabalho, em qualquer área, e decidiu migrar para a área de tradução.

Em primeiro lugar, é preciso avaliar muito bem e com muito cuidado cada passo que você dará em direção à sua nova profissão. Você tem uma família para sustentar? Isso é o que mais irá pesar em sua decisão. Você terá as mesmas duas opções já ditas anteriormente:

a) Trabalhar internamente em uma agência de traduções (in-house) ou ser b) freelancer. A diferença é que, na primeira hipótese, você continuará sendo funcionário(a) de uma empresa, registrado(a), com direito a descanso semanal remunerado, férias, FGTS, 13º salário, entre outros. Algumas empresas, não só do ramo de tradução, contratam profissionais internos como “cooperados” ou como “pessoa jurídica”, o que é ilegal, e será tratado em um próximo post.

Sendo freelancer, você abrirá mão de tudo isso, mas terá liberdade de trabalhar em casa, com a roupa que quiser (ou sem nenhuma), nunca mais correrá o risco de ser despedido(a) nem precisará mais “aguentar o patrão”, o que, na maioria das vezes, é o verdadeiro motivo pelo qual alguém decide trabalhar por conta própria. Um ponto importante: para ser um profissional autônomo no Brasil e trabalhar de acordo com a lei, é preciso pagar impostos. Isso pode ser feito ao emitir um RPA (Recibo de Pagamento a Autônomo) ou uma NF (Nota Fiscal), sendo que, nesse caso, você precisará constituir uma micro-empresa. Vale lembrar que, como você não terá mais direito a descanso semanal remunerado, férias, FGTS, 13º salário, etc., você será o(a) único responsável por poupar e garantir a sua estabilidade e independência financeira.

O fato é que, se você pretende ser um(a) profissional freelancer, é preciso se planejar muito bem. Eu não recomendo a ninguém fazer isso de uma hora para outra. É preciso lembrar que você pode ser um(a) profissional muito bem conhecido e respeitado no seu meio, mas, no meio tradutório, ninguém o(a) conhece. Logo, você precisará voltar a enviar currículos, fazer testes, e, depois de algum tempo, começará a “pingar” trabalho. Até você se estabelecer nesse novo mercado pode levar cerca de 3 a 5 anos. E, nesse meio tempo, o que fazer para pagar as contas? Bom, sugiro que, antes de mais nada, antes de se aventurar no mundo freelancer, tenha uma reserva financeira equivalente a pelo menos 6 meses de seu antigo salário. Se houver condições de você conciliar uma segunda atividade profissional com salário fixo antes de se dedicar full time como freelancer, melhor ainda. Alguns(mas) colegas são professores durante a semana e tradutores(as) aos finais de semana. Alguns continuam com dupla carga horária anos a fio.

A procura por trabalho não tem muito segredo: digite “agências de tradução” no Google e comece a enviar currículos.

Bom, espero que este post o(a) tenha ajudado. Agora, arregace as mangas e mãos à obra! E não se esqueça de deixar um comentário.

Sucesso!!!

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Kleber Pedroso é Editor da Poltrona Digital e tradutor profissional. Graduado como Tradutor/Intérprete (1998), pós-graduado em Gestão Estratégica de Pessoas (2010) e cursando uma segunda pós-graduação, em Filosofia (2018-2019).

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