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Livros / HQs / Graphic Novels

Christopher Tolkien e um grande erro de julgamento

J.R.R. Tolkien publicou em vida apenas 13 livros, mas sua obra é muito mais ampla do que isso!

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Christopher Tolkien Créditos da Imagem: Divulgação

Christopher Tolkien
Créditos da Imagem: Divulgação

J.R.R. Tolkien publicou em vida apenas 13 livros, se considerarmos a Trilogia do Anel como 3 edições distintas. São eles: Songs for the Philologists, O Hobbit, Leaf by Niggle, Mestre Gil de Ham, O Senhor dos Anéis (A Sociedade do Anel, As Duas Torres, O Retorno do Rei), As Aventuras de Tom Bombadil, Árvore e Folha, A Última Canção de Bilbo, The Tolkien Reader, The Road Goes Ever On, e Smith of Wooton Major.

Os títulos mencionados em inglês não foram publicados em língua portuguesa, e o último, Smith of Wooton Major (Ferreiro de Bosque Grande), está para ser lançado pela editora WMF Martins Fontes, mas já fora lançado em Portugal.

Após seu falecimento, foram publicados 38 (!!!) livros, e mais um será lançado este ano; A História de Kullervo, ou seja, nada mais, nada menos, do que 39 títulos, o triplo do que ele publicou em vida. Entre esses livros, estão os 12 volumes da série The History of Middle-Earth, infelizmente ainda não publicado no Brasil.

A quem devemos isso? Ao filho de Tolkien, Christopher Tolkien (1924-). Foi Christopher quem tomou para si a hérculea tarefa de publicar os manuscritos inéditos de seu pai, muitos deles inacabados, como, por exemplo, A Queda de Arthur e Contos Inacabados de Númenor e da Terra-Média (que conta mais detalhes da Saga do Anel e da história da Terra-Média antes de O Senhor dos Anéis e O Hobbit).

Christopher é muito injustiçado e criticado por ser ele o responsável por não ceder os direitos autorais de publicação de títulos amados pelos fãs de Tolkien, como, por exemplo, O Silmarillion, para o cinema. Ainda bem, pois, embora a trilogia do anel tenha sido uma ótima adaptação, o mesmo não ocorreu com O Hobbit, que se tornou apenas “bom entretenimento”, mas que, de forma alguma, agradou os fãs do livro, inclusive a esse que vos escreve.

Em 9 de julho de 2012, após 40 anos longe da mídia, Christopher recebeu um repórter em sua casa na França e deu uma entrevista ao famoso jornal francês Le Monde, em que falou sobre sua vida longe da mídia e fez questão de deixar claro que não aprovou as adaptações dos livros de seu pai para o cinema, e disse, inclusive, que seu pai jamais teria aprovado as mesmas. Após essa entrevista, ele voltou ao isolamento e sua pacata vida em uma aconchegante cidade no interior da França.

Entendo e concordo com a posição de Christopher. Embora eu seja um grande fã dos três filmes de O Senhor dos Anéis, eu os enxergo como ótimas adaptações, e só, mas seria deprimente ver uma adaptação fraca ou com “inserções criativas” (vide a criação da elfa Tauriel, que não existe no livro, para a trilogia de O Hobbit) em uma obra mítica com O Silmarillion.

Certa vez, em entrevista à rádio BBC de Londres, ao ser perguntado sobre adaptações de seus livros, Tolkien disse que seria mais fácil adaptar A Ilíada, de Homero.

Andreas Pabst é membro da Tolkien Society, a mais respeitada organização de estudos da obra de Tolkien no mundo, professor de inglês há mais de 10 anos e também tradutor. Andreas Pabst escreve como convidado para a POLTRONA DIGITAL.

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