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Ciência, Games e Tecnologia

IMPACTO PROFUNDO: Um caso em que a vida pode imitar a arte

Cataclismo, por hora desacreditado, pode se tornar uma ameaça real.

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Asteroides Próximos à Terra Créditos da Imagem: Apollo11.com

Asteroides Próximos à Terra
Créditos da Imagem: Apollo11.com

Filmes-catástrofe sempre rendem enormes bilheterias para Hollywood. Roteiristas já destruíram o planeta de todas as maneiras possíveis: através enormes terremotos, como em “Terremoto – A falha de San Andreas”, estrelado pelo musculoso Dwayne “The Rock” Johnson; dilúvios bíblicos, como em “Tempestade – Planeta em Fúria”, com Gerard Butler; invasões alienígenas, como em “Independence Day” e o clássico “Guerra dos Mundos”, este último refilmado e lançado em 2005 sob a direção de Steven Spielberg e estrelado por Tom Cruise e, claro, por asteroides, como em Armageddon” e Impacto Profundo”, em que os heróis interpretados por Bruce Willys e Robert Duvall têm a missão de destruir enormes pedregulhos espaciais que ameaçam colidir com a Terra.

De todas as catástrofes retratadas em filmes, os asteroides são, certamente, os que mais se aproximam de uma possível realidade. A história do nosso planeta corrobora com essa afirmação: de tempos em tempos, somos atingidos por algum corpo celeste de grandes proporções. Segundo estimativas¹, asteroides com diâmetro de cerca de 1 km atingem a Terra, em média, a cada 500 mil anos e, como a ciência já comprovou, alguns deles, provocaram enormes extinções em massa da vida em nosso planeta.

O Instituto JPL (Jet Propulsion Labs), da NASA, tem, atualmente, mapeado mais de 10 mil corpos que rondam nosso planeta. A maioria desses objetos é considerada pequena e não tem o poder de causar danos que coloquem a vida na Terra em risco. Porém, alguns são grandes o suficiente para destruir países, ou até mesmo continentes inteiros. É o caso do meteoro conhecido como 99942 Apophis, catalogado como 2004 MN4, um corpo estimado em quase meio quilômetro de diâmetro.

Conforme mostra sua descrição de catálogo, é um objeto descoberto em 2004 e, àquela época, com base em cálculos de sua trajetória, descobriu-se que havia uma possibilidade nada desprezível de que este objeto colidisse com a Terra em 2029.

A comunidade internacional entrou em polvorosa e logo diversos cientistas ao redor do mundo passaram a monitorar o objeto e a estudar melhor sua trajetória. Cálculos adicionais foram feitos e logo descartaram a possibilidade de uma colisão direta.

Estranhamente, a partir de então, tanto a NASA, quanto agências espaciais de outros países incluíram ou aumentaram as pesquisas para incluir programas em seus cronogramas que visam combater este tipo de ameaça.

Em 2029, o Apophis irá passar perto, muito perto. Tão perto que existe o risco da gravidade da Terra alterar sua trajetória, fazendo com que a nova elipse que o objeto irá seguir o leve a uma colisão em 2036.

Como é um assunto que ficou longe da mídia nos últimos tempos devido ao descrédito, resolvi dar uma olhada no monitoramento do objeto, que é aberto ao público, no site do JPL.

Lá, existe uma ferramenta por meio da qual é possível visualizar a órbita dos planetas e do objeto desejado (caso você saiba qual é seu nome ou sua referência no catálogo).

Até o momento em que este artigo estava sendo escrito, os dados mais recentes dessa órbita estão de acordo com a última atualização, que é de 9 de agosto de 2017. Segundo esses dados, o Apophis estará, em 14 de abril de 2029, a uma distância de 0.000315683au (unidades astronômicas) da Terra.

Para se ter uma ideia melhor do quão perto essa distância é na verdade, utilizei a ferramenta gratuita do Google para transformar unidades astronômicas em quilômetros. Eis que a realidade me deixou chocado: o objeto vai passar a cerca de 47 mil quilômetros da Terra.

Você deve estar se perguntando: mas 47 mil quilômetros é longe pra caramba, correto? Bem… eu diria que não. Para se ter uma ideia, o objeto irá passar em uma altitude inferior a utilizada por muitos satélites artificiais terrestres. Há, inclusive, uma chance real de que alguns satélites que usamos para comunicações ou de uso científico sejam abalroados pelo asteroide.

Estamos falando do objeto passar tão perto, mas tão perto, que não é de se duvidar que um mísero erro de cálculo poderia significar que o objeto pode, sim, colidir com a Terra em 2029. Também não se pode descartar que uma nova atualização dos dados (Solution Date), o coloque novamente na mira da mídia.

Toda essa história me faz lembrar de uma profecia, feita em 1938 pelo argentino Benjamin Solari Parravicini, tido como o “Nostradamus da América do Sul”, que diz o seguinte: “O cataclismo será predito, mas ninguém o crerá. Mas virá!”.

Parravicini era pintor e escultor. Dizem que, às vezes, entrava em transe e fazia desenhos estranhos, acompanhados de frases nebulosas.

¹ https://pt.wikipedia.org/wiki/Evento_de_impacto#Eventos_de_impacto_modernos

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