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O NOME DA MORTE
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Chega aos cinemas, no dia 2 de agosto, o O NOME DA MORTE, filme que conta a história real de Júlio Santana, um homem criado no interior do Brasil que se torna um matador de aluguel devido à influência de seu tio.
A obra não traz nenhuma inovação, cometeu alguns erros muitos graves e teve alguns acertos. Se há uma palavra para descrever o longa, acredito que seria a palavra “mediano”.
Todos os erros do filme estão no roteiro. O primeiro deles é muito comum em filmes biográficos, que é não saber selecionar o que é necessário contar e focar para a trama, e não conseguir encaixar esses fatos de forma que criem uma história clara e concisa.
O principal dano que esses erros causam é a falta de ritmo do longa e do desenvolvimento dos personagens. Júlio Santana, o personagem principal, é desenvolvido de forma muito artificial. Não conseguimos ter uma noção do que realmente se passa com ele. Os demais personagens não são desenvolvidos.
Sobre o ritmo, o filme começa mal, consegue ser, ao mesmo tempo, apressado e arrastado. Serve apenas para mostrar ao público as principais características do personagem principal, e faz isso de uma maneira explícita e não muito interessante.
A metade do filme é sua parte boa. A história começa a ganhar corpo, há cenas interessantes, o filme tenta abrir uma discussão para um debate filosófico mais profundo, mas acaba preso nas limitações de seu roteiro, e são poucos os diálogos interessantes. No final, o filme volta a cometer os mesmos erros, o que traz uma certa sensação de frustração.
Outra coisa que me incomodou foi que não é possível saber onde e quando a história se passa.
No que tange a atuação, é preciso destacar o excelente trabalho de André Mattos como Cícero, que faz o papel com naturalidade, dando personalidade e carisma ao personagem. Outro que merece o destaque é Matheus Nachtergaele, que, apesar de aparecer pouco, aparece bem. Quanto resto do elenco, não são tão ruins para merecerem críticas, nem tão bons para elogios.
A direção se mantém estável, faz apenas o básico, com exceção de algumas cenas e enquadramentos que são muito bem trabalhados, o que mostra que o diretor tem potencial.
A fotografia é muito bonita, principalmente quando retrata paisagens do sertão brasileiro.
O Nome da Morte é um filme limitado por seu roteiro e, muito provavelmente, não entrará para a história do cinema nacional, mas, ainda assim, apresenta alguns vislumbres de um bom trabalho.
Sinopse
Matar ou não matar, eis a questão.Sobre a vida – e as mortes – de Júlio Santana, um pistoleiro responsável por 492 assassinatos em todo o país. Homem cristão e caridoso, bom filho e bom pai de família, Júlio é atormentado por sua consciência a cada disparo. Mas em um mundo cruel e sem lei, onde cada vida tem seu preço, o respeito pela vida é um luxo que ele não consegue se permitir.
Ficha Técnica
Direção: Henrique Goldman
Coprodução: Tv Zero, Globo Filmes
Distribuição: Imagem Filmes
Roteiro: George Moura
Produção Executiva: Rodrigo Letier
Edição: Lívia Serpa
Direção de Fotografia: Azul Serra
Direção de Arte: Tiago Marques
Figurino: Valéria Stefani
Produção de Finalização: Anna Julia Werneck
Gustavo Bispo é estudante de Geografia no IFSP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia São Paulo). Apaixonado por cultura, fez da música e do cinema hobbies desde pequeno. Estudou música por 4 anos de forma independente, e estudou Roteiro no MIS. Seu projeto de pesquisa na faculdade tem como objetivo fazer a relação de conceitos da Geografia com cinema. Gustavo escreveu como convidado para a POLTRONA DIGITAL.