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COLHEITA AMARGA

O filme conta, a partir de uma tragédia do Século XX, a história de amor entre dois jovens na antiga União Soviética.

Andrea Vicente Nonato

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Pôster de "Colheita Amarga" Créditos da Imagem: California Filmes

Pôster de “Colheita Amarga”
Créditos da Imagem: California Filmes

Um romance cheio de percalços em meio à ascensão de uma ditadura comunista poderiam ser os ingredientes perfeitos para a realização de um drama digno de prêmios. Certo? Neste caso, absolutamente, não. Estreia HOJE, 24 de maio, COLHEITA AMARGA, um filme dirigido por George Mendeluk, que também assina o fraco roteiro.

Em 1930, uma pequena aldeia ucraniana sofre com os avanços do temível Stálin após a morte de Lênin. Com planos de implantar a ditadura comunista, invadem a Ucrânia e, diante da resistência (bastante heroica) de seus aldeões, que lutam contra a coletivização, estabelecem um verdadeiro genocídio conhecido como Holomodor ou “Grande Fome da Ucrânia”, bloqueando alimentos e vitimando cerca de doze milhões de pessoas.

Em meio a esse holocausto, temos o protagonista Yuri (Max Irons, filho do consagrado Jeromy Irons), que narra todo o horror de seus compatriotas e seu drama pessoal com a bela Natalka (interpretada por Samantha Barks).

Eles cresceram juntos no vilarejo, e Yuri, que tem uma veia artística muito incentivada pela mãe, não pretende continuar o trabalho braçal na aldeia iniciado pelo avô e pelo pai. Muito apaixonados eles se casam, mas Yuri tem a oportunidade de ir para Moscou com os amigos, onde inicia seus estudos em pintura e se torna simpatizante de partidos políticos opositores ao governo.,

Natalka, juntos à mãe e à família de Yuri, enfrenta a tragédia na aldeia.

COLHEITA AMARGA decepciona em todos os aspectos possíveis: os personagens não têm a profundidade dramática necessária ao papel, nem mesmo em momentos de grande tensão, como o ataque do avô e do pai aos soldados russos. As interpretações são risíveis e muito previsíveis, com tantos clichês, que a história descamba para uma novela mexicana.

Destaque para o caricato Stálin vivido pelo ator Gary Oliver, podendo-se comparar ao vilão de Austin Powers, o cômico Dr. Evil.

Entre personagens sem consistência e um roteiro confuso, as belas paisagens ucranianas são um deleite, além do figurino, que surpreendeu-me muito positivamente.

O tema, do qual poderíamos refletir e tirar grandes lições sobre o “modus operandi” de ditadores que se auto intitulam revolucionários e que, na verdade, trabalham somente em seu próprio benefício, foi muito mal aproveitado, infelizmente.

Se a intenção era a criação de um novo “Doutor Jivago”, creio que o filme ficou a anos luz desse objetivo… uma Framboesa de Ouro seria insuficiente para demonstrar toda a minha insatisfação.

Sinopse

Ambientado na Ucrânia de 1930, o filme conta a história de Yuri, um artista nascido numa família de guerreiros cossacos que se esforça para conseguir uma aprovação dos parentes. A vida do rapaz muda quando o Exército Vermelho invade seu país e sua família é perseguida pelo regime stalinista.

Ficha Técnica

Título: Colheita Amarga (Original: Bitter Harvest)
Ano de Produção: 2017
Direção: George Mendeluk
Estreia: 24 de maio de 2018
Duração: 103 minutos
Classificação: Livre
Gênero: Drama, Guerra, Romance
Países de Origem: Canadá

Agradecimentos: California Filmes

Andrea Vicente Nonato escreveu como convidada para a POLTRONA DIGITAL.

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